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2012 - Livro Vermelho 2013

Griselinia ruscifolia (Clos) Taub. NT

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 10-08-2012

Criterio:

Avaliador: Eduardo Pinheiro Fernandez

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Griselinia ruscifolia não é endêmica do Brasil. A espécie ocorre aqui amplamente distribuída na Mata Atlântica, desde o Estado do Espirito Santo até o Rio Grande do Sul. É uma espécie parasita, registrada em Florestas Ombrófilas Densas e Mistas em diferentes estágios sucessionais. Mesmo ocorrendo em unidades de conservação (SNUC) ao longo de quase toda sua distribuição e sendo frequentemente coletada em campanhas empreendidas a áreas protegidas, G. ruscifolia é restrita a formações florestais do domínio fitogeográfico Mata Atlântica, que conforme estimativas recentes, resguarda menos de 7% de sua cobertura florestal original. Por esses motivos, a espécie foi considerada "Quase Ameaçada" (NT) em relação ao seu risco de extinção, já que seu habitat está sofrendo historicamente uma severa redução.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Griselinia ruscifolia (Clos) Ball;

Família: Griseliniaceae

Sinônimos:

  • > Decostea ruscifolia ;
  • > Griselinia ruscifolia var. itatiaiae ;
  • > Maytenus itatiaiae ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Bot. Jahrb. Syst. 16: 391. 1892. Nome popular: "erva-de-passarinho-dos-andes" (Tramujas, 2000).

Distribuição

Não endêmica do Brasil; ocorre nos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Walter, 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por arbustos, árvores ou lianas, volúveis, trepadeiras, terrícolas (Walter, 2012); dióicas, perenifólia, floresce entre os meses de dezembro e fevereiro e frutifica em janeiro (Dillon; Muñoz-Schick, 1993); caméfita heliófita (Tramujas, 2000); perene (Walter, com. pessoal).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes AMata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área (Myers et al., 2000) e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce.Algumas áreas de endemismo, agora possuem menos de 5% de sua floresta original(Galindo-Leal; Câmara, 2003). Dez porcento da cobertura florestalremanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveisem vigilância e proteção (A. Amarante, dados não publicados). Antes cobrindoáreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagosde fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si (Gascon etal., 2000). As matas do Nordeste já estavam em grande parte devastadas (criaçãode gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI(Coimbra-Filho; Câmara, 1996). Dean (1996) identificou as causas imediatasda perda de habitat: a sobrexploração dos recursos florestais por populaçõeshumanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano(pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiroaceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola(açúcar, café e soja; Galindo-Leal et al., 2003; Young, 2003). A derrubada deflorestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650 km² deflorestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia; SOSMata Atlântica; INPE, 2001; Hirota, 2003). Em adição à incessante perda dehábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração delenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais einvasão por espécies exóticas (Galetti; Fernandez, 1998; Tabarelli et al.,2004; 2005).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada "Em Perigo" (EN) pela Lista vermelha da flora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).

4.4.3 Management
Observações: Ocorre em unidades de conservação (SNUC): Parque Estadual Pico do Marumbi, no Estado do Paraná; Parque Nacional do Itatiaia e Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro; Parque Nacional da Serra do Itajaí e RPPN Prima Luna, em Santa Catarina; Parque Estadual da Ilha do Cardoso e Estação Biológica do Alto da Serra de Paranapiacaba, em São Paulo (CNCFlora, 2011).

Referências

- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.

- WALTER, B.M.T. Griselinia ruscifolia in Griselinia (Griseliniaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB007950>.

- OLIVEIRA, C.T. Griseliniaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.288, 2009.

- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.

- DILLON, M.O.; MUÑOZ-SCHICK, M. A Revision of the Dioecious Genus Griselinia (Griseliniaceae), Including a New Species from the Coastal Atacama Desert of Northern Chile., Brittonia, v.45, p.261-274, 1993.

- TRAMUJAS, A.P. A vegetação de campos de altitude (áreas de refúgio) no Maciço Ibitiraquiri - Serra do Mar no Estado do Paraná -. Mestrado. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2000.

Como citar

CNCFlora. Griselinia ruscifolia in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Griselinia ruscifolia>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 10/08/2012 - 18:00:04